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Guile

Arqueoceramista

       Me chamo Guile, nasci em 1994, em Camaquã, sou ceramista-artista com formação em Arqueologia pela FURG. Desde 2016, pesquiso as tecnologias cerâmicas: construindo e operando fornos à lenha, gás e também tornos Kerokuro (torno de chutar de estilo coreano) em meu ateliê em Camaquã. Gosto de pesquisar as tecnologias cerâmicas do passado e a relação com seus usos, as técnicas e artistas contemporâneas, busco explorar pouco-a-pouco, o uso, na cerâmica, de matérias-primas locais e residuais, como as argilas vermelhas regionais e as cinzas do forno à lenha para a composição de vidrados (esmaltes).

  Meu modo de fazer passa através da pesquisa bibliográfica, do exercício das técnicas e do registro documental das experiências.

       Durante esses anos, tenho procurado contribuir para a disseminação e o resgate de saberes cerâmicos, oferecendo oficinas, cursos, encontros, vídeos e publicações independentes, como: Baldinho: Manual de construção e uso, uma pequena publicação ilustrada de como construir e operar um pequeno forno à carvão que pode atingir altíssimas temperaturas como até 1300ºC,

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Sobre o nosso couro
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QUEIMAS

Á lenha, GLP e Elétrica

    Aqui no Ateliê tenho produzido as cerâmicas à lenha em fornos de estilo Condorhuasi desde de 2016, desse tempo pra cá tenho estudado a queima de biscoito (1020ºC), a queima de esmalte de baixa temperatura (1100ºC) e mais recentemente a queima de alta temperatura (1260ºC).

      O primeiro forno do ateliê - de baixa temperatura e orçamento - foi construído e instruído pelo amigo Fábio de Orleans @barroocoarte, feito dentro de uma anilha de concreto e revestido por dentro com tijolos vermelhos maciços, recobertos pela massa isolantes Condorhuasi e rebocados com caulim e água, dei um nome pra ele, "Calcifer" o demônio da lareira em "O castelo andante", estivemos por 2 anos cozinhando argila e até fizemos um esmalte alcalino de baixíssima temperatura (900ºC) de Bórax, mineral usado desde de o Egito antigo até o Oriente médio na fusão de vidrados e metais.

        O segundo forno à lenho do ateliê precisava ser de alta temperatura e foi planejado para queimas a lenha e ou gás, à temperatura de até 1280ºC. Desde de meus primeiros contatos com a arte-técnica cerâmica, consulto a bibliografia do Mestre Jorge Fernandez Chiti (in memorian) que me acompanha, da suporte e impulsiona à pesquisa cerâmica. Comecei esse forno em 2019, concluindo em 2020, levei 3 anos para aprender a operar o forno à alta temperatura - é preciso aprender a ouvir e ver o fogo -.

          Entre 2021 e 2023, pesquise, resgatei e desenvolvi um queimador atmosférico Venturi, tão essencial como inacessível (para pequenos e médios ateliês), que permite uma regulagem precisa da chama, permitindo queimas: Redutoras, neutras e oxidantes.

            Para quem deseja explorar as nuances da queima à lenha o ateliê aluga espaço no forno, além disso os interessados podem participar da queima à lenha, com agendamento prévio.

              O ateliê conta também com um forno elétrico de alta temperatura (até 1300ºC), que começou a ser usado em 2023. O ateliê fornece a queima de peças individuais ou de fornadas inteiras em ambos os fornos, à lenha ou gás, consulte valores*.

QUEIMA À GAS E QUEIMA DE RAKU

    O ateliê faz queimas à gas, redutoras e de Raku para pequenas turmas mediante agendamento prévio e número mínimo de 3 participantes.

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KEROKURO

Torno Lento

    Inspirado no torno de chutar tradicional de estilo coreano, exploro a técnicas do Kerokuro, que valorizam o processo lento e desapegado da modelagem.​

   A cerâmica feita nos Kerokuro carrega muito significado, ao chutar a roda, hora o ceramista conduz e hora é conduzido, cada movimento e toque das mãos na peça permanece na forma final.

      Foi em 2017 que construí minha primeira versão desse torno, feito com uma prancha de Canjarana de 30cm de largura, fiz os desenhos e cortei com uma tico-tico, colei os 6 discos em dois blocos de 3 discos, depois fiz a base e o eixo metálicos, comprados os rolamentos, montei o torno e iniciei minha jornada em busca de uma simples cumbuca. Anos atrás vez vi um documentário em que o mestre Shoji Hamada dizia que apesar de um oleiro possa ter vários mestres, seu melhor mestre será a roda.

     O kerokuro tem baixa inércia, por isso é um pouco mais difícil aprender a tornear, já que muitas vezes o ceramista precisa chutar a roda enquanto posiciona as mãos para conformar a peça, por outro lado, o Kerokuro traz a possibilidade de buscar uma tranquilidade ao tornear as peças. Eu me esforço para abraçar as "imperfeições" que surgem, incluindo as minhas, essas imperfeições "falam" do que essas peças e eu passamos, assim cada peça pode ser feita na contemplação do instante e das possibilidades.

      A atenção à lentidão e a aceitação da imperfeição, são um exercício aqui no Ateliê Félis Cerâmica

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